Técnica de Brainstorm

Introdução
Essa técnica de resolução criativa de problemas, foi inventada por Alex F. Osborn em 1938, presidente na época de uma importante agência de publicidade norte-americana. Talvez por essa origem quem primeiramente tentou introduzir o brainstorming no Brasil foram os publicitários.

O brainstorming também conhecido como tempestade de ideias visa facilitar a produção de soluções originais e possui duas fases principais – a produção de ideias seguido da avaliação das ideias propostas.

Tem como princípio básico o julgamento adiado, assim contribui para a produção de ideias, o uso da imaginação e a quebra de barreiras mentais. Desta forma passa a ser um libertador da criatividade por não existirem situações absurdas.

O objetivo principal é produzir um maior número de ideias possíveis sobre um problema particular e necessariamente real. O problema deverá ser simples, e se aplicado a uma questão complexa esta deverá ser decomposta, desta forma poderá ser aplicado o brainstorming a cada uma das partes.

A atmosfera é parecida com as ditas “conspirações” que as vezes improvisamos para pregar uma peça em alguém. Antes de voltarmos ao brainstorming analisemos porque reuniões de parentes e amigos nos permitem soltar a imaginação.

Primeiro, o problema entregue ao grupo tem um único ponto focal que é logo compreendido e trabalhado pelos participantes.

Segundo, ninguém vai receber nota. Como os resultados não são importantes nem sérios, ninguém se preocupa em avaliar as ideias assim que são apresentadas. Naquele momento o que importa não é saber se tal ou qual proposta vai dar certo. Na verdade, todos sentem como se toda e qualquer proposta fosse dar certo, antegozando lentamente a reação da pessoa em que se vai pregar a peça.

Terceiro, o ambiente não é restritivo nem crítico. Já que ninguém vai avaliar se as ideias estão certas ou erradas, a mente de cada participante se volta para o tema. Não existindo temor do ridículo nem a fixação de hábitos, o processo ideativo esta livre para inventar combinações e confiá-las a um filtro – o grupo – que, por sua vez, não age de forma inibidora.

Quarto, os próprios comentários e caronas vão gerando um clima autoestimulante. Se observarmos bem o que acontece com essas reuniões de brincadeira poderemos entender as regras básicas do brainstorming:

Enuncie o problema em seus termos básicos, concentrando-se em único ponto focal;
Não procure falha em qualquer ideia, nem deixe de explorá-la;
Procure gerar qualquer tipo de ideia, mesmo que, em um primeiro momento lhe pareça remota ou ridícula;

Dê apoio e estímulo aos demais participantes, o que fará com que o grupo todo vá assumindo atitudes mais livres e menos judiciosas.

Organizando o brainstorming

Numa sessão de brainstorming o grupo deverá ser de quatro a doze pessoas, sendo o número ideal de seis participantes. É recomendável que não haja diferenças sociais (essa técnica pode ser trabalhada individualmente). Depois de dividido, o primeiro passo é colocar diante do grupo com clareza e precisão o tema a ser trabalhado.

Outro passo preliminar é a escolha do coordenador. Esta escolha é crucial, porque pode facilitar uma verdadeira sessão de brainstorming ou simplesmente destruí-la. É preferível que seja um facilitador do processo criativo.

Em, seguida deve-se escolher um ou dois escribas, conforme o tamanho do grupo, para anotar as idéias. Como é fundamental ao brainstorming que haja velocidade um grupo de sete participante já exige dois escribas.

Outra precaução volta-se para o ambiente e para o equipamento necessário.
O ambiente deve ser o mais tranquilo e o menos formal possível. Prevenir que não ocorram interrupções durante a sessão. O material necessário resume-se ao utilizado pelos escribas.

Na escolha dos participantes, é sempre bom ter um grupo misto. Por exemplo é produtivo que participem homens e mulheres, sempre que isto seja possível. É proveitoso também incluir alguns membros que não estejam demasiado envolvidos com o problema. Parece que esse menor envolvimento torna-os mais isentos de ideias preconcebidas.

É fundamental que o grupo esteja aquecido antes de iniciar a sessão, as pessoas precisam estar com o atitudinal propício. É como um alongamento mental. Pode ser uma sessão de slides um filme, um jogo etc.

O atitudinal no brainstorming

No começo da sessão, antes mesmo de entregar o tópico que vai ser trabalhado, cabe ao coordenador lembrar ao grupo as quatro atitudes da sessão de brainstorming.

Adiar o julgamento

Uma a uma as idéias vão sendo pronunciadas e anotadas, mas a crítica- positiva ou negativa é adiada para uma outra etapa. Esta é a principal regra a ser observada durante qualquer sessão de brainstorming. Concordamos com Lee H. Bristoi: “Deixar de suspender o julgamento durante um brainstorming é como tentar obter água quente e fria de uma mesma romeira ao mesmo tempo: as idéias não saem suficientemente quentes; a crítica não é adequadamente fria e, em conseqüência, os resultados são mornos”.

Durante a sessão, não se elogia, não se critica, não se zomba, nem se faz caretas de julgamento diante de nenhuma idéia. Apenas tenta-se tomar carona ou mesmo reconstruir a idéia do outro, sem porém lhe fazer qualquer referência.

Roda livre

Vale tudo, idéias “loucas” ou cheias de humor são bem vindas, não se deve temer qualquer idéia que venha a cabeça por mais ridícula que possa parecer. Esta liberdade estimula a geração de idéias não somente em maior quantidade mas também com maior diferenciação. A crítica sensata terá sua hora. Não antecipe por nenhum motivo.

Procure combinar e aperfeiçoar

Além da contribuição individual de idéias, deve-se procurar sugestões de como melhorar as idéias dos outros participantes e como juntar duas ou mais para obter uma melhor.

Procurar a quantidade

No brainstorming, não se está em busca da qualidade, mas sim da quantidade de idéias. Quanto maior o número de idéias, maiores serão depois as probabilidades de encontrar idéias boas. Será mais fácil podar uma longa lista de idéias alternativas do que engordar uma lista magrinha.

Críticas ao brainstorming

Segundo Alencar (1996) em seu livro a Gerência da Criatividade, várias são as dificuldades que tem sido levantadas com relação ao brainstorming. Seguem-se algumas delas:

Embora o julgamento externo seja proibido, o julgamento interno permanece, pois muitas pessoas tem dificuldade em suspender a avaliação com relação às próprias ideias.Nem sempre as soluções ocorrem de forma instantânea, exigindo, muitas vezes, uma pausa ou período para sua incubação.

Muitas vezes as ideias são apresentadas de forma tão confusa que torna difícil o seu refinamento, desenvolvimento e avaliação.

Mesmo sabendo que não se deve avaliar as ideias propostas, não é raro alguns membros se manifestarem ou pró ou contra algumas sugestões apresentadas, inibindo a produção do grupo.

Variações do brainstorming

Brainstorming anônimo: As pessoas do grupo anotam, individualmente, as ideias e as entregam ao coordenador, que expõe para todos, para a produção de novas ideias.

Brainstorming didático: Somente o coordenador conhece o problema e vai conduzindo o grupo em cada sessão à introdução de novas informações. Busca-se ao final somente uma ideia relativamente nova.

Brainstorming construtivo/destrutivo: Aplica-se para revelar aspectos positivos e negativos de produtos, sistemas e projetos para depois propor soluções para os mesmos. O diferencial desta variação está na divisão de três fases distintas: primeiro aponta-se falhas ao produto em questão, segundo as falhas são organizadas e classificadas em grupos e terceiro procura-se soluções para os problemas levantados.

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