Os 5 recursos da vida

Várias pessoas lêem na PNL que possuímos todos os recursos necessários, em nossa mente consciente ou inconsciente, para obtermos tudo que desejamos.

Tal afirmativa, além de parecer auto-confiante demais, conflita com a visão pessoal e a frequentemente baixa auto-estima de muita gente. Elas pensam: “como assim eu já tenho dentro de mim tudo o que preciso? Eu já sei a resposta de todos os meus problemas? Vasculho dentro de mim e não acho nada… “.

Este tipo de dificuldade é usual. A afirmativa pura e simples “Confie na mente inconsciente”, um truísmo muito usado pela Neurolinguística, faz com que várias pessoas ou se arrisquem sem muita base em um novo projeto ou, ao contrário, quedam-se inermes, esperando infrutíferamente que algo aconteça, ou um “gênio interior” assuma seu corpo e sua mente para resolver todas as questões necessárias, urgentes e pendentes de suas vidas…

Vamos analisar um pouco mais esta afirmação. Quando a PNL diz “você já tem dentro de você tudo o que você precisa” visa fazer com que o indivíduo se focalize em suas próprias habilidades e capacidades, e não em suas limitações. Isto é um truísmo – porquê é óbvio que todos nós devemos e iremos resolver nossas questões de vida a partir dos recursos, habilidades, competências, conhecimentos e oportunidades de que dispomos, seja agora, seja daqui a pouco, com o esforço de ampliação destes mesmos recursos, habilidades, competências, conhecimentos e oportunidades que conseguirmos obter.

A intenção é redirecionar a mente para aquilo que é realmente eficaz – agir a partir do que se tem – ao invés de apenas suspirar pelos cantos, ansiando pelo que não se tem. Não obstante, mesmo assim, algumas pessoas continuam obcecadas pelo que lhes falta. Ficam historiando suas falhas e fazendo um rol de acontecimentos tristes passados que justifiquem as suas limitações e bloqueios. Isso acontece muito em situações de coaching, isto é, situações onde estamos orientando pessoas para definir metas e estabelecer projetos de melhoria em suas vidas pessoais e profissionais.

Definir um projeto de vida é dependente daquilo que está motivando e interessando o indivíduo no momento – e isto pode ser um fio da meada para que se façam progressivas mudanças pessoais, profissionais e comportamentais que acabem se tornando bem radicais, que modifiquem completamente a vida em um período de dez ou quinze anos… É claro que este tempo permite que uma pessoa se engaje em uma busca objetiva pelas habilidades e recursos que ainda lhe falta e, assim, consiga chegar a um ponto de melhoria bem além do que sua imaginação possa abarcar no presente.

Para “baixar a bola” um pouco da angústia que acomete nestas horas, sempre sugiro que se escolha apenas um projeto de vida, não o projeto de vida. E comprometendo-se com ele por um período pequeno, digamos apenas três meses, e não para o resto da vida, cada um pode experienciar em si a sensação de se focar em plenitude, sem objeções. Experimentar se motivar é um pouco como uma experiência de faz-de-conta: faça de conta que você tem certeza de que aquilo que você está fazendo é aquilo que sempre sonhou…

Isto é, aceite as suas habilidades múltiplas e pense em como fazer uma sinergia entre estas habilidades, desenvolvendo uma especialidade só sua. Não se preocupe, por exemplo, em preencher um escaninho pré-fabricado de emprego – pense primeiro em você, em como você tem um misto de capacidades suas, e como vendê-las às instituições, dando a elas o que elas querem, através da forma como você quer.

E o que isto tem a ver com a frase “você tem dentro de si mesmo todos os recursos que precisa”? Esta frase nos redireciona a confiar que aquilo que nós não temos, somos capazes de desenvolver. E o ponto principal em mente é o que chamamos de recursos. O que são recursos? São tudo aquilo o que podemos lançar mão para fabricar aquilo de que precisamos. Recursos não são necessariamente soluções prontas, e sim matéria-prima para engendrarmos soluções específicas. Quando estiver vasculhando a sua mente interior na busca de recursos, não espere encontrar soluções prontas, pré-fabricadas.

Percebi que nossos recursos clássicos são aquilo que genericamente chamamos de dimensões ou parâmetros, aqueles eixos da escala de medida com os quais costumamos avaliar os resultados de alguma coisa. Quando medimos algo, normalmente usamos o tempo e o dinheiro como escala, correto? Vários parâmetros medem maneiras de avaliar um determinado processo de atingimento, sendo que alguns parâmetros só servem para máquinas, tais como o potencial elétrico ou a tonelagem por metro quadrado. E os parâmetros da escala humana normalmente são o Tempo, o Dinheiro, o Esforço, o Conhecimento e a Atenção.

Tempo, dinheiro e esforço são fácilmente mensuráveis, mas conhecimento e atenção não. Isto acontece porque são atributos mais mentais, sendo o conhecimento algo mais pertinente ao hemisfério esquerdo e a atenção (e o interesse, motivação e expectativa, imbuídos nela) mais pertinente ao hemisfério direito do cérebro. Quando focalizamos que o desenvolvimento de uma habilidade ou competência é fruto do balanceamento pessoal da aplicação destes cinco recursos básicos – ou recursos-fonte, se assim o preferir, despersonalizamos a idéia de limitação pessoal. Se para um projeto específico precisamos desenvolver uma habilidade que não temos, basta se perguntar: “posso dispor do tempo (físico), dinheiro (social), esforço (disposição emocional) e atenção (motivação) suficientes para alcançar este nível de conhecimento? “.

Este questionamento nos faz perceber também que devemos aprender a fazer equilíbrio dos recursos. Isto é, se aplicarmos todo o nosso tempo e dinheiro disponível para obter uma meta, é claro que faltará destes recursos para outra, mesmo que nos sobre esforço, conhecimento e atenção…

Algumas vezes os recursos podem ser intercambiáveis – se temos pouco dinheiro, devemos investir mais tempo, esforço e atenção para obter o conhecimento necessário para alcançar o que desejamos com um investimento mínimo em dinheiro. Porém, em muitas situações, é necessário alocar algo em cada uma destas cinco dimensões ou parâmetros, se realmente queremos ser realistas em nossa busca. Este processo nos auxilia a estruturar nosso planejamento de vida e nossa estratégia de realização, bem como nos proteger das supostas limitações que reconheçamos ainda em nossa personalidade e ambiente.

“Valorize seus pontos fortes e proteja seus pontos fracos” dizia a sabedoria antiga dos índios Sioux. Focalize a atenção naquilo que você tem de melhor, através dos cinco recursos de vida que todos nós usamos e, daquilo que você tem pouco, compense com aquilo que você tem muito.

Os Sioux também diziam: “e saiba usar bem a sua imaginação, a seu favor, e não contra você”. Não digo apenas que pode transformar os pensamentos de derrota e fracasso em pensamentos de sucesso apenas com a prática. E que os recursos são uma mágica arca do tesouro dentro de sua mente inconsciente. Digo para reconhecer que os pensamentos de fracasso se tornam parte do problema e que modificá-los é, também, parte da solução.

Acompanhados de uma ação de sucesso, os novos pensamentos se tornam cada vez mais presentes, criando sensações de bem-estar. E assim torna-se mais fácil estruturar uma linha de ação para a solução dos problemas, abrangendo os aspectos físicos, sociais, emocionais e cognitivos, de uma maneira sistêmica.

Antonio Azevedo

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