A travessia. Como melhor apreciar a paisagem?

A rotina de todos está mais estressante e os tropeços são inevitáveis. Como olhar o mundo mais levemente? Como encarar os desafios, as tramas e as passagens que ocorrem independentemente de nossa vontade? A música Travessia, composta e cantada por Milton Nascimento, nas palavras “…forte eu sou mas não tem jeito, hoje tenho que chorar…Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver” dão significativos sinais de que a sensibilidade e a emoção são condições presentes na natureza humana e que é preciso ter força para superar as adversidades .

A palavra travessia remete à transição, passagem, deslocamento e alteração, como também delimita tempo. Travessia é transitar de um lugar para outro, de um estágio para outro. Atravessamos a rua para ir do outro lado. Atravessamos a porta para entrar ou sair de um lugar. Vivenciamos fases boas ou ruins. Perdemos e ganhamos. Enfim, o tempo todo algo muda, se altera e somente com trajeto bem feito a chegada tão esperada poderá ser garantida. Porém, fazer um novo percurso não é tarefa simples. Muitas vezes esgotados e a coragem parecer sumir, é preciso muita disposição para os objetivos, o foco, traçar outros planos e recomeçar. Nesse momento devemos lembrar de que nada é para sempre, que tudo tem um fim e que sabendo aproveitar a travessia sairemos fortalecidos.

Perdeu o emprego? Não conseguiu o cargo que queria? A ausência está machucando? O tempo roubou a agilidade e a força física? Eis o valor da lição: apreciar a travessia aprendendo ou (re)aprendendo a olhar a vida com mais leveza com as possibilidades que estão sendo dadas. Apreciar a travessia requer sair da zona de conforto, da monotonia que assalta a energia, valorizar a essência, fazer a passagem enxergando as possibilidades do momento, as oportunidades de renovação e de aprendizagem. A sabedoria está na capacidade de compreender que além da vontade individual há um universo que governa. Que nem tudo é claro, identificável ou perceptivo aos nossos órgãos sensoriais e que somente por meio da travessia consciente, apreciando a paisagem num ir e vir contínuo é que nos tornamos humanos de fato.

Em tempos difíceis, em momentos de provas árduas, quando tudo parece perdido ou esquecido “… o trunfo é ser capaz de acender uma vela em meio a escuridão, sem ser ingenuamente otimista nem totalmente pessimista” lembra o filósofo Marcio Sergio Cortella. Para Eugênio Mussak “O bom das travessias é a imensidão de duas possibilidades. Enquanto os destinos são pontuais, as travessias podem ser infinitas”.

Elizabeth H. de Oliveira Historiadora e Pedagoga. Pós-Graduada em Pedagogia Empresarial e Gestão de Pessoal. MBA em Gestão Administrativa. Consultoria e Palestrante.

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