A importância da comunicação afetiva

Os relacionamentos sociais passam por um processo de profundas transformações, seja no trabalho, na vida afetiva ou em sociedade. Muitas vezes, aquilo que falamos contradiz com aquilo que sentimos e temos como resultado um raso contato afetivo com as pessoas.

Em um mundo cada vez mais fugaz, onde a pressa rouba a maior parte do nosso tempo, deixamos de prestar atenção em nossos comportamentos mais básicos e nas regras de boa convivência. Estamos mais intolerantes, com os colegas da empresa, no trânsito, na rua, no cinema, ao telefone, em casa, em qualquer lugar. A síndrome típica do cotidiano urbano torna as pessoas mais inflexíveis, o que, obviamente não cria nenhuma harmonia.

O problema é mundial e seu processo está intimamente relacionado com traços culturais, individuais e coletivos.

“Tomara que você sofra muito! Beijos, seu otário.” – Rede social de garoto que sofre por homofobia

“Presidenta, vagabunda. Deveria ser proibido eleger uma anta dessas” – Publicação de manifestante retirada do ar em uma rede social

“Você é incapaz de mandar um email com informações básicas para o fornecedor” – Frase dita em um ambiente corporativo, do líder para o liderado

“Se não cumprirem as metas, cabeças vão rolar” – Frase dita em um ambiente de trabalho, do líder para seus liderados

Todas essas frases têm algo em comum: desconsideram para quem estão dirigindo sua mensagem e os efeitos que terão sobre o seu alvo. Falta afetividade, empatia, espiritualidade e uma comunicação pacífica que seja capaz de construir e regenerar.

Atire a primeira pedra quem nunca se exaltou em uma conversa. Criticamos nosso chefe, nossos pais, nosso (a) companheiro (a), mas quantas e quantas vezes falamos algo sem pensar e também ferimos quem está ao nosso lado?

Marshall Rosenberg, psicólogo americano e criador do conceito de Comunicação Não-Violenta (CNV), diz que não reconhecemos nossa violência ao se comunicar porque somos ignorantes a respeito dela. Conhecida como “violência passiva” é aquela que gera raiva na vítima que, como indivíduo ou membro de uma coletividade, pode responder de forma fria e abusiva.

Por que não levar em conta aquilo que o outro diz, mesmo que você não esteja de acordo? E se ele tiver mesmo razão? Falta escuta, conversa, gentileza, bom humor, cordialidade e atenção em relação às pessoas. Sempre tiramos lições de tudo que nos acontece.

Conceitos materialistas e individualistas como “O que eu ganho com isso?” gera atitudes negativas que não contribuem para a construção de uma família, comunidade, sociedade ou nação igualitária.

Quando as relações humanas se deixam levar por atitudes de caráter egoísta ou emocional, o indivíduo reage de forma inconsciente, ou seja, não está em contato com a própria realidade do momento presente.

A boa comunicação só existe quando a pessoa assume o seu Eu real e liberta-se de impressões sugeridas pela mente e fantasias a respeito de si e do outro. O autoconhecimento é o primeiro e indispensável passo para uma boa relação humana – em qualquer plano, seja no exercício profissional, no âmbito familiar ou no convívio social com os amigos.

Camila Garcia
Jornalista com especialização em Comunicação Integrada e Marketing

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