Decisões certas na Carreira

Procurar outro emprego ou tentar montar o meu próprio negócio? Fazer um MBA fora do país ou começar outra graduação? Tento diminuir a carga horária ou pleitear um aumento? O que fazer pra ter mais tempo pra mim e pra família? Preciso de mais dinheiro?

Esses são apenas alguns dos muitos dilemas que assolam milhares de pessoas diariamente. Quem nunca acordou com aquela saudade de quando éramos crianças e nossos pais decidiam pela gente?

O que faz uma decisão ser por vezes tão difícil é o fato de necessariamente assumir a responsabilidade e o risco das consequências.

Observemos outra situação onde é preciso tomar uma decisão sobre a mudança de residência de um casal com 5 anos de casados e sem filhos. Atualmente residem em Vitória no Espírito Santo e pensam em se mudar para o Rio de Janeiro ou São Paulo. Qual é a melhor opção pra eles? O que você diria a eles? O fato é que tomar uma decisão a partir dessas informações é praticamente uma loteria. É preciso buscar mais informações para uma decisão acertada.

Agora vamos considerar o seguinte contexto:

“Eles estão em busca de mais qualidade de vida. Ele é militar e tem condições de conseguir transferência. Ela está em busca de uma recolocação profissional e o casal tem como objetivo a alavancagem da vida profissional dela nos próximos 3 anos quando então planejam o primeiro filho. Para ele, a qualidade de vida é fundamental além das boas condições de trânsito, ah! E um detalhe, eles gostam muito de praia…”. Certamente agora fica mais fácil tomar uma decisão, diminuindo o risco de uma decisão equivocada.

A história acima é apenas para ilustrar o acontece em nosso cotidiano. Temos diversas decisões para tomar e por vezes ignoramos os detalhes, que fazem toda diferença de preferência, se observadas antes da decisão.

Além da atenção aos detalhes, a questão é como condicionar a nossa mente aos detalhes? A intuição é uma armadilha ou um protocolo mental seguro? Decisões importantes podem ser tomadas baseadas na intuição?

O psicólogo Daniel Kahneman autor da Teoria da Perspectiva e, prêmio Nobel de Economia de 2002, aponta a falta de racionalidade nas decisões entre as alternativas que envolvem riscos.

“O pensamento intuitivo não é necessariamente irracional. O comportamento intuitivo é rápido e normalmente muito acurado. O ponto é que recebemos respostas automáticas a problemas toda hora e na maior parte das vezes estas respostas vêm de nossa habilidade e nossa experiência em lidar com estas situações. Mas algumas vezes também temos respostas emocionais imediatas, que não vêm de nossa capacidade de lidar com a situação…”

“Muitas vezes as pessoas fazem previsões ou tiram conclusões exageradas sem ter evidências suficientes para isso. Tendemos a superestimar nossa compreensão do mundo e subestimar o papel do acaso.”

Perguntado sobre a aplicação de sua teoria em si mesmo, curiosamente Kahneman responde:

“Minhas pesquisas não me deixaram mais inteligente. Creio que depois de tanto tempo sou apenas muito bom em identificar e entender quando e onde outras pessoas estão cometendo erros, mas não consigo aplicar isso em mim mesmo. Temos muito pouco controle sobre o Sistema 1 e na maior parte do tempo acreditamos em nossas impressões. E nisso não sou diferente das outras pessoas. Reconheço que também cometo erros. Mesmo sendo um especialista no funcionamento da mente, não me tornei uma máquina de pensar rápido sobre o que penso.”

Decisões sobre a carreira sempre são decisões relevantes. Portanto, compartilho com você alguns princípios que servem para alinhar a mente antes de tomar uma decisão sobre a sua carreira:

Negocie com você mesmo. Muitas decisões vêm camufladas de urgentíssimas nos obrigando a abrir mão do tempo mínimo de reflexão necessário para tomar uma decisão acertada. Ganhe tempo.

Com reputação não se brinca. Quando se trata de uma decisão que envolve a reputação não se pode errar. Na jornada de construção de uma carreira bem sucedida, alguns arranhões na imagem podem afetar a reputação em definitivo. Lembra daquele jogador que até hoje é chamado de animal?

Projete os resultados da sua decisão. Escreva pelo menos duas decisões possíveis. Escolha uma decisão e em seguida permita-se imaginar um cenário futuro de 30 dias após a sua decisão. Escreva como você está se sentindo. Como estão as pessoas em sua volta? Há alguém que tenha ficado prejudicado com essa decisão? Há alguma repercussão positiva? Quais são elas? Há alguma repercussão negativa? Quais são elas? Responda essas perguntas para as duas decisões apontadas.

Observador externo. Assim como Dr. Kahneman compartilhou, quando se trata dos aspectos da mente, por vezes precisamos de observador externo para nos auxiliar a visualizar o que fato está em nosso entorno e possíveis repercussões da decisão. Esse observador externo de preferência deve ser alguém que não tenha vínculo emocional direto com você, pois caso contrário, já estará influenciado emocionalmente comprometendo o suporte imparcial do observador externo. Compartilhe o exercício do item 3 com o observador externo.

Robson Vitorino é sócio da Maxta Treinamento e Desenvolvimento, Coach, palestrante, professor, articulista e consultor nas áreas de Marketing, Comunicação, Liderança e Gestão de Pessoas – www.maxta.com.br

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