Com que roupa eu vou

São inúmeros os detalhes que preocupam o orador antes de uma apresentação: Será que deveria usar o microfone para aquele tamanho de auditório? Até que ponto seria conveniente falar de maneira bem-humorada para ouvintes com aquelas características, ao tratar de um tema que exige informações técnicas? Seria apropriado levar um roteiro escrito, ou o esquema mental daria resultados mais positivos? São decisões que poderão fazer a diferença entre a boa e a fraca apresentação.  No momento vamos nos dedicar a um aspecto nem sempre considerado, mas que pode ser muito importante para o sucesso da sua comunicação.

Entre as decisões que o orador precisa tomar e que às vezes se constitui em motivo de preocupação está a roupa que deverá usar em determinadas circunstâncias. Poucas situações são mais desagradáveis do que estar num ambiente sendo alvo das atenções e não se sentir à vontade com o traje que está usando. Fica sempre a impressão de que os ouvintes olham em sua direção e ao invés de prestar atenção na mensagem preocupam-se apenas em criticar a roupa.

Antes de falar no tipo de roupa recomendável para uma apresentação preciso alertar sobre um aspecto aparentemente óbvio e banal, mas que é negligenciado com frequência, os sapatos. É inadmissível que alguém vá para frente de um grupo usando sapatos sujos ou esfolados. A minha escola é frequentada por profissionais que ocupam cargo de supervisão para cima e em sua quase totalidade possuem curso superior, ou seja, pessoas que naturalmente deveriam estar sempre com os sapatos em ordem. Mas, são tantos os casos de sapatos desleixados que há muitos anos mantenho em lugar bem visível uma máquina automática de engraxar, para alertar a todos que esse cuidado básico é fundamental para quem fala em público. E cá entre nós, para quem não fala também.

Ao se decidir pela roupa que irá usar, leve em conta os seguintes fatores:

A atividade profissional – Observe como os profissionais que exercem atividade semelhante à sua costumam se vestir. É de se esperar, por exemplo, que o diretor de uma instituição financeira ou um advogado, se for homem, se apresente de terno e gravata, e se for mulher também se vista de maneira mais formal. Se, entretanto, num outro extremo, for um esportista, seria normal se aparecesse diante da plateia com roupas informais.

A época – Não seria adequado aparecer diante da plateia vestido como se ainda estivesse na década de 40 ou 50, com roupas ultrapassadas. Por outro lado, seria também muito inconveniente assistir pela televisão a um desfile de modas realizado em Milão e no dia seguinte envergar um dos trajes mais ousados, aparecendo como se fosse um marciano descendo de uma nave.

A formalidade – O ideal é usar um traje adequado à circunstância da apresentação, mas se tiver dúvida quanto à formalidade do evento vá vestido formalmente. Se, ao chegar, perceber que todos estão bem à vontade e que deveria estar com roupas mais informais, se for homem, bastará tirar o paletó e a gravata e dar uma arregaçada nas mangas da camisa que já estará enturmado; se for mulher, embora seja um pouco mais difícil fazer a mudança, sempre poderá retirar alguns acessórios e mostrar um ar mais descontraído.

O hábito – Se estiver acostumado a comprar roupas novas com freqüência nada como uma zero quilômetro para fazer aquela apresentação importante. Se, todavia, comprar roupas novas passa longe das suas prioridades não convém mudar o hábito nesse momento, pois poderá ser mais um detalhe de desconforto para sua apresentação. Prefira ir com aquela boa que já faz parte do seu guarda-roupa, com a qual tem certeza de que se sentirá bem.

O estilo – Independentemente de qualquer outro fator conta muito o seu estilo, o tipo de roupa com o qual se sente à vontade. Se puder, com pequenas adaptações a sua atividade profissional, à época em que vive e ao hábito de se vestir, usar roupas com as quais se sinta bem, faça prevalecer seu estilo. Assim, terá muito mais segurança e com certeza projetará uma personalidade mais marcante. Vemos com freqüência, por exemplo, treinadores de futebol à beira do campo vestindo terno e gravata com a maior desenvoltura, mesmo debaixo de um calor que ultrapassa às vezes os 30 graus. Sentem-se bem assim e fazem valer seu estilo.

Reinaldo Polito

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