31 estratégias para emergências emocionais

31 possibilidades para lidar com estados difíceis
Emoções são energias muito poderosas, que merecem respeito. Elas lembram vulcões: às vezes uma entra em erupção e podemos reagir a ela com pensamentos ou escolhas que nem sempre são os melhores. Nesse caso, convém restabelecermos logo o nosso centro, o nosso eixo, e se possível também conseguindo algo de bom com a situação.

O fato de nossas emoções serem processos em andamento, isto é, estão acontecendo agora, momento-a-momento, permite-nos influenciar nosso sistema mente/corpo em uma direção escolhida.

Para fazer uma transição para um estado melhor rapidamente, você pode experimentar uma ou mais das 31 possibilidades abaixo. Como é você que está aí dentro para ter as percepções, só você pode saber qual estratégia é melhor; sugiro que você experimente e descubra o que funciona para o que quer. Antes, e como agimos a partir da combinação de pequenas ações disponíveis, faça um pequeno teste para você saber com o que está podendo contar.

Verificação de ações básicas disponíveis
Tente executar cada comportamento descrito abaixo. Se algum lhe parecer óbvio ou “bobo”, ótimo, isto significa que o domina tão bem que está sob seu total controle.

Controle motor
1) Encoste a ponta de dois dedos, como indicador/indicador. De olhos fechados, lentamente, afaste-os cerca de 20 centímetros e encoste as pontas novamente, Faça 3 vezes.

2) O mesmo, para dedos distintos, como mínimo e indicador. Faça 3 vezes, lentamente.

Imaginação e diálogo interno
1) Imagine uma praia qualquer ou alguma outra cena de natureza, como uma paisagem de cachoeira. A idéia aqui é verificar a geração de imagens internas voluntariamente, por escolha. Se lhe ocorrer alguma outra paisagem bonita, esteja à vontade.

2) Gere o pensamento verbal: “Eu tenho escolhas quanto a pensar verbalmente”.

Atenção
1) Dirija sua atenção para os canais sensoriais, em seqüência: preste atenção em algo que está vendo, depois em algo que está ouvindo, depois em uma sensação corporal, como um ponto de contato dos pés. Depois, repita: algo visual, algo auditivo, outra sensação.

2) Temos receptores na pele para cada tipo de sensação: tato, dor, pressão, calor e frio. Procure sensações de cada tipo de sensor e tente notá-las. Isto não é muito fácil, portanto, se você notar por um momento apenas, já conta. Se preferir, pode usar as papilas gustativas. Beba ou coma algo como café, água ou biscoito e note uma sensação entre doce, salgado, azedo e amargo. Aqui você tem também as opções de tato, pressão e temperatura.

Use os resultados do teste para lhe apoiar na escolha de uma ou mais dentre as 31 opções sugeridas abaixo.

Estratégias
1) Brainstorm – Pegue papel e caneta e escreva tudo que lhe vier à cabeça. Depois jogue tudo fora. Pode ser ainda melhor queimar as folhas, com toda a segurança, é claro. Expressar às vezes basta.

2) Observar o presente – Direcione sua atenção para o momento presente e o ambiente externo. Olhe em volta, verificando se está tudo em ordem por ali. Às vezes ficamos inquietos com relação ao futuro, e se está tudo em ordem no presente ainda dá pra fazer alguma coisa.

3) Dê-se prazer – Pense em alguma coisa que lhe dê muito prazer sensorial e esteja acessível: uma comida, uma fruta, sorvete, banho quente, até água. Dê-se o que escolher, sinta o maior prazer que for possível e fique um minuto usufruindo, também da melhor maneira possível.

4) Exercício de integração dos lados direito e esquerdo do cérebro – De pé, sucessivamente levante um joelho e toque-o com a palma da mão do lado oposto, isto é, palma da mão direita no joelho esquerdo e vice-versa, depois faça o mesmo para a outra perna/braço. Comece devagar e vá aumentando a velocidade gradativamente.

5) Acredite – Às vezes não agimos por falta de uma crença na possibilidade de achar uma solução. Para lidar com isso você tem a opção de, por alguns momentos, agir como se houvesse, como se fosse possível, para direcionar sua mente. Todos praticamos isso desde criancinha, seja brincando de boneca ou de médico. Também funciona a disposição de estar aberto a acreditar.

6) Ria – Veja, assista ou leia algo de humor. O riso alivia e até cura.

7) Auto-conhecimento – Ligue a “câmera mental” e procure informações sobre o que está fazendo internamente. Você pode fazer perguntas: “Em que estou pensando?” “O que estou imaginando?” “Que filme estou repetindo?” A simples conscientização do processo de pensamento pode resolver em poucos segundos e, se não, proporcionar informações importantes para o que fazer.

Por exemplo, verifique se há alguma “voz” interna lhe dizendo que fez algo errado e lhe criticando ou condenando por isso. Se houver, você pode escutá-la, desligá-la, brincar com ela mudando sua origem (por exemplo, para o dedão do pé) ou sua tonalidade (por exemplo, tornando amigável e carinhosa) ou ainda algo que lhe ocorrer de fazer no momento. Se puder identificar algum personagem interno como origem da voz, melhor (pai, mãe, etc.). Isso pode ser novo para você, experimente um pouco antes de jlugar esta opção.

Outra possibilidade é você estar reagindo a um futuro projetado.
Numa dessas situações, descobri como fico em dúvida: diante de duas opções para um decisão importante, minha atenção, meu foco, ficava alternando rapidamente entre imagens internas das duas, sem se fixar. Só que eu continuava fazendo isto mesmo depois de escolher! Só de descobrir já foi um alívio. Se você ficar assim com estas 30 opções, lembre-se de que ficar indeciso pode ser pior do que arriscar-se em alguma escolha.

8) Algo de bom? – Pergunte-se: “O que essa emoção pode conter de benéfico para mim?” Apenas escute a resposta. Se vier uma e você concordar com ela, faça a dica abaixo: renda-se, permita a ação da emoção.

9) Gaste energia – Faça uma caminhada, corra, dance, vá para a academia ou pratique um esporte, para gastar a energia acumulada.

10) Espere passar – Tem coisas que acontecem com as quais não precisamos fazer nada, apenas esperar, como um temporal.

11) Interprete melhor – Às vezes interpretamos o que estamos sentindo, em particular dando nomes e descrições. Podemos nos sentir não muito bem devido a uma interpretação errada ou distorcida do está acontecendo. Mudando a interpretação, descobrimos novas opções, como ao chamar uma situação de “oportunidade”, ao invés de “problema” .

Tente dar um nome melhor à emoção, algo melhor do que, por exemplo, “sensação ruim”. Outra possibilidade é que esteja havendo uma combinação de emoções, tristeza com raiva, angústia com desânimo. Pergunte-se: há alguma outra emoção associada?

Já me ocorreu de me julgar como “sentindo mal” durante algum tempo para depois descobrir que o que estava acontecendo era um processo de crescimento, algo bom estava a caminho, e eu apenas interpretava aquelas sensações como ruins. Muitas vezes acabou vindo algum insight, alguma luz sobre mim mesmo ou sobre alguma questão.

Pode ser também que o que você está sentindo seja algo novo. Considere, por exemplo, uma adolescente em fase de primeira menstruação, com o corpo passando por grandes mudanças: deve haver um bocado de sensações novas.

Outra possibilidade de interpretação é a de que algo velho e não mais útil em sua mente esteja indo embora, e isso pode provocar movimentação interna, com sensações (você já sentiu algo por ocasião de alguma mudança, como de uma crença?). Apegar-se pode significar obstruir a sua evolução, o seu crescimento.

12) Expectativas – Por acaso você está tendo expectativas de que a sua vida seja uma linha reta? Tipicamente um ser humano normal passa por vários estados durante um simples dia: ri, zanga-se, acalma-se, esquenta, esfria, excita-se, anima-se… Uma pessoa com expectativas exacerbadas de estabilidade pode não se sentir bem apenas pela variação de estados, porque não aconteceu como esperava. A verdadeira causa do problema são as expectativas frustradas, que acabam por manter o estado que passaria naturalmente se elas não existissem.

Procure ajustar também as suas expectativas de defasagem entre influência e efeito, isto é, o tempo entre a influência que você vai exercer no seu sistema mente/corpo e a obtenção de resultados. Essa defasagem varia de pessoa para pessoa e até para uma mesma pessoa, e nem sempre é possível prevê-la.

13) Segmente – Uma pessoa em dificuldades emocionais pode estar lutando contra o que ela é, contra a vida e outras coisas grandes e abstratas. Mas nossa vida, na verdade, é movida a pequenos comportamentos, pequenas ações. Cada coisa que construímos é feita palmo a palmo, passo a passo, segundo a segundo. Uma frase que me inspirou muito foi “O sábio faz pequenas coisas”. Se há 40 e-mails para ler, só é possível ler o próximo. Se há um prédio a construir, ponhamos o próximo tijolo

Se isso está ocorrendo com você, decida o que fazer apenas para o próximo minuto, ou menos, se for o caso. Calma!

14) Controle da respiração – Emoções se refletem no corpo, e vice-versa. Controlando o corpo, você pode induzir mudanças na mente. Uma forma de fazer isso é direcionando sua atenção para a respiração. Aos poucos vá aprofundando, expandindo-a, e tornando-a mais lenta. Respire com o abômen. Já apliquei esta opção para acalmar uma criança.

15) Mude sua postura – Outra forma de atuar no corpo. Endireite a coluna e os ombros, respire como quem está no controle, assuma uma posição de força. Nosso corpo e nossa mente são tão interligados que por vezes somente uma mudança de fisiologia já impulsiona uma melhora.

16) Relaxe na postura – Mais uma atuação no corpo. Procure e solte partes tensas do corpo onde possível, na postura em que estiver. Você pode combinar esta com alguma outra, sem contar que você pode fazê-la agora.

17) Medite – Fique alguns minutos prestando atenção nas sensações do ar saindo e entrando pelo nariz. O “alguns” é indefinido mesmo, para que você não precise marcar o tempo. Já usei esta alternativa, entre outras situações, para “esfriar” a cabeça entre duas reuniões difíceis e para fazer transições trabalho-casa.

18) Esqueça de si – Vá cuidar de alguém que precise. Muitas vezes, conseguimos nos desligar de um problema e paramos de alimentá-lo direcionando a atenção para algo fora de nós. Nem precisa ser uma pessoa; uma vez, e até sem intenção, me senti muito melhor após tirar uma letra de uma música em inglês.

19) Leia um bom livro e/ou assista a um bom filme. Quem disse que fugir é ruim?

20) Faça a Auto-hipnose de Betty Erickson. Esta é poderosa.

21) Aplique a experiência – Pesquise na sua memória uma situação parecida e solucionada por você e aplique uma estratégia semelhante.

22) Estratégia de outro – Verifique se conhece alguém que já teve e solucionou questão semelhante e faça o que ele ou ela fez.

23) Outro ouvido – Ligue para ou chame um amigo ou amiga, pergunte se lhe empresta o ouvido por alguns minutos e fale tudo que lhe vier à cabeça. Esta é outra forma de expressar.

24) Verificação sensorial – Dedique algum tempo a investigar como a emoção se manifesta no corpo: sensações, tensões, localização, intensidade, extensão. Essa é uma forma de meditação, além de enriquecer sua auto-percepção corporal.

25) Renda-se – Uma idéia, uma atitude de Isabel Allende, autora de A Casa dos Espíritos e outros: relaxe e renda-se, entregue-se, permita o fluxo da energia, da melhor maneira possível.

26) Trabalhe com uma metáfora: se a emoção fosse um lago ou um vulcão, como estaria? Se estiver turbulento, experimente acalmá-lo e fazer outras mudanças no cenário.

27) Controle a ansiedade.

28) Desligue-se – Durma ou deite-se e descanse um pouco. Certos processos passam só de não ficarmos pensando neles.

29) Mude de ambiente – Muitas vezes criamos associações com o ambiente ou elementos deste (âncoras). Um boa alternativa pode ser sair do ambiente normal. Pense em ir para o mato, estar mais próximo da natureza.

30) Solução espiritual – de acordo com suas crenças, peça ajuda. Busque adotar uma atitude de abertura, receptividade, permissão e aceitação dessa ajuda. A permissão é importante, porque às vezes queremos mudar algo ao mesmo tempo em que tememos a mudança; algo como pisar simultaneamente no acelerador e no freio.

31) Você pode estar com algum problema orgânico cujos sintomas não conhece, pense em procurar um médico.

Uma vez que você tenha se ajustado, tem várias alternativas: voltar ao que estava fazendo, escolher outra coisa ligada aos seus objetivos para fazer, investir mais em auto-conhecimento (se usou a câmera mental), outra coisa interessante. O mais importante é ter restabelecido sua liberdade de escolher e, se possível, ter usado a situação para algum propósito útil, como aprender ou simplesmente ter vencido, o que acho que é dos maiores prazeres: fazer limonadas com os limões que a vida nos apresenta.

Para finalizar, transcrevo a conclusão de sugestões semelhantes feitas em um fórum para uma pessoa não muito animada para viver:

Espero realmente que você resolva viver, porque:

1) Acredito profundamente na capacidade de todo ser humano de fazer coisas pequenas e grandes, superar obstáculos e crescer com eles (“fazer limonadas com os limões”). Mais que acredito – por tudo que já vi, conheci e aprendi, sei.

2) Estamos fazendo diferença e mudando o mundo a cada escolha que fazemos, devido aos desdobramentos futuros de pequenos atos

3) Você ainda vai ajudar muitas pessoas, seja contando sua história e como venceu seus momentos difíceis, seja estando presente em momentos em que elas só vão ter você como apoio.”

Virgílio Vasconcelos

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