Acabe com o vício do ããããã, ééééé

O gerente estava… ããããã… no escritório da empresa e… ããããã…, aí tocou o… ããããã… Se você já estava ficando irritado com o ‘ããããã‘ que usei só como exemplo, imagine como as pessoas se sentem diante de alguém que se expressa com esse tipo de vício o tempo todo.

Por melhor e mais interessante que seja a mensagem, o excesso de ‘ããããã’ se transforma num ruído tão avassalador que mata a concentração do interlocutor, mesmo que ele esteja muito interessado em acompanhar e prestar atenção no raciocínio.

O ‘ããããã’, ‘ééééé’ e outros, que fazem parte da mesma família, se intrometem na comunicação por um motivo curioso: nosso pensamento trabalha a uma velocidade quatro vezes mais rápida que as palavras.

Em vista desse fato, é comum sabermos o que vamos dizer, só que as palavras ainda não surgiram para identificar o que desejamos comunicar. Sem nos darmos conta, procuramos uma forma de nos livrar desse desconforto.

Como consciência, enquanto procuramos as palavras damos uma espécie de aviso de que o pensamento está pronto e de que só falta externá-lo – aí é que entra o ‘ããããã’. É como se disséssemos assim: ‘Eu sei o que quero dizer ‘ééééé’, ‘ããããã’…’

Um ‘ããããã’ aqui, outro ali não comprometem a qualidade da comunicação. Em determinadas circunstâncias podem até conferir certa naturalidade à maneira de falar. Entretanto, se participarem da fala com muita frequência, podem tirar a concentração dos ouvintes.

Para eliminar o vício do ããããã é importante que tenha consciência da presença dele na sua comunicação. Para isso, valem as mesmas sugestões que dei para acabar com o ‘né?’.

Para saber se está usando o ‘ããããã’ com frequência, faça uma auto-avaliação. Observe se ao conversar normalmente costuma preencher as pausas com esse vício.

Outra maneira boa de saber se esse intruso está atrapalhando sua comunicação é pedir ajuda a um amigo ou a alguém da sua família. Provavelmente, como a pessoa está acostumada a ouvi-lo já dirá se você possui ou não o vício.

Outra boa solução é gravar suas conversas mais íntimas, especialmente quando estiver falando ao telefone. Deixe o gravador ligado durante toda a conversa para que possa fazer uma boa avaliação.

Talvez você fique até um pouco contrariado ao descobrir que usa tantos ‘ããããã’. Ficará mais irritado ainda ao perceber que usa o vício independentemente da sua vontade. Porém, depois de tomar consciência de que você possui o vício, aos poucos conseguirá afastá-lo.

Tenha muita paciência, pois quanto mais você se pressionar para encontrar a palavra que irá vestir seu pensamento, mais tenderá a usar o ‘ããããã’. Por isso, lembre-se sempre de que as palavras demoram um pouco mais para surgir, mas aparecem.

Valerá a pena você se esforçar para ficar em silêncio enquanto aguarda a palavra que irá corporificar suas idéias. Esse momento de silêncio funcionará como uma pausa expressiva e poderá criar maior expectativa sobre o que pretende comunicar, ou ainda valorizar o que acabou de transmitir.

Não seja negligente com esse aspecto tão relevante da comunicação. Dedique-se a eliminar esse vício que, de maneira geral, só atrapalha o resultado da mensagem. Tenha certeza de que assim se sairá melhor ao conversar com as pessoas ou quando tiver que falar em público.

SUPERDICAS DA SEMANA

Descubra se ao falar usa o ‘ããããã’ com frequência
Faça uma auto-avaliação, grave suas conversas ou peça a ajuda de um amigo
Procure ficar em silêncio durante as pausas, por mais desconfortável que seja
Se usar o ‘ããããã’, não corrija na hora, procure só não usar de novo

Reinaldo Polito

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