A arte da comunicação interpessoal

Eu falo. Você ouve. Mas não nos entendemos.

Nunca se falou tanto em comunicação organizacional e interpessoal. Até parece que somente nos últimos tempos as pessoas e as organizações descobriram que esse processo, aparentemente muito simples, mas de complexo mecanismo, tem sido o causador de inúmeros transtornos.

Na verdade, ouvir ativa e empaticamente as pessoas exige performance elaborada.

Quando pequenos, fomos treinados a andar, a falar, depois a ler e a escrever. Ouvir cuidadosamente, jamais.

Muito além das palavras, existe um vasto mundo de códigos e símbolos que também traduzem o que sentimos, estamos dizendo ou queremos dizer. Há o sorriso de alegria, o olhar que desaprova, os dedos em V de vitória, o silêncio do respeito. São mensagens manifestadas por meio de um corpo que sente e que fala sinalizando irritação, insegurança, medo, consentimento. São faces rubras, sudorese, gagueira, tremores, entre outros, compondo o elenco das manifestações físicas presente na comunicação entre duas ou mais pessoas.

Por mais curioso que pareça comunicar exige técnica e muita sensibilidade, mas isso ainda é problema para muita gente e empresas. De uma simples mensagem a uma informação mais elaborada podem surgir os “ruídos da comunicação” e a partir daí os problemas estão instalados.

Quem não se deparou com a sensação de desconforto após ter emitido uma mensagem e o resultado ter sido desastroso? Geralmente o emissor tem a certeza de ter atingido o seu objetivo, o que nem sempre é verdadeiro.

A comunicação só se processa de fato quando o receptor compreende exatamente o que lhe foi transmitido e para que isso aconteça muitos fatores estão envolvidos, ainda que a gente não perceba.

Não importa com quem falamos. Elementos como clareza, objetividade, vocabulário, público alvo, desembaraço, boa dicção, entre outros, além dos aspectos emocionais e psicológicos do emissor e receptor são fatores determinantes. A ausência ou o comprometimento de um destes elementos tem contribuído no recrudescimento de conflitos.

Geralmente nos ambientes de trabalho a comunicação é prejudicada, principalmente, por muitos profissionais não reconhecerem que cada individuo traz consigo conjunto de experiências, expectativas, valores, traços culturais muito particulares. A prática mostra que é muito comum transformar o colega de trabalho amigo intimo e a partir daí perder alguns referenciais comportamentais.

Vale ainda ressaltar que há tempos a comunicação passou a constituir ferramenta estratégica da empresa e do profissional na geração de valor da imagem por meio de ações e posturas que transmitam confiança, credibilidade.

Por isso, amadurecer a arte do contato pessoal, não extrapolar limites e cuidar da profissionalização das relações faz muita diferença quando o objetivo é o alcance de climas organizacionais produtivos.

Algumas regras colaboram para a minimização de alguns efeitos:

– Aprenda a escutar. Discipline a audição.
– Evite avaliações precipitadas e preconceituosas sobre quem está falando e o que está sendo falado.
– Respeite as diferenças. Valorize as singularidades de cada pessoa.
– Fale com clareza, com objetividade, o necessário.
– Fale com naturalidade, sem artifícios. – Use vocábulos de fácil compreensão. Gírias nem pensar.
– Mantenha sempre bom tom de voz. Nem alto, nem baixo demais.
– Tenha domínio sobre o que está falando.
– Certifique-se que o receptor entendeu a informação transmitida.
– Cuide da expressão corporal, ela sinaliza muito do que e como estamos dizendo.
– Em caso de dúvida ou insegurança, procure alguém que possa intermediar o diálogo.

Cuidar do falar é mais do que necessário e cultivar uma boa audição é imprescindível para se viver bem coletivamente.

Elizabeth H. de Oliveira Historiadora e Pedagoga. Pós-Graduada em Pedagogia Empresarial e Gestão de Pessoal. MBA em Gestão Administrativa. Consultoria e Palestrante.

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